Esta série, intitulada “Maudire, Bénir” (numa tradução à letra seria: “Amaldiçoar, Abençoar”), abre-se a novas fotografias de acordo com um princípio de dilatação e contracção.
As regras que influem sobre a minha forma de fotografar podem servir de introdução: fotografar como uma respiração, constante e regularmente; e a uma disponibilidade para a natureza, muitas vezes sem outro objectivo que responder a uma atracção, uma voz. Romântica, sou guiada pela emoção. É desta maneira que apareceu “Maudire, Bénir”, uma colecção de fotografias sobre a sorte, a boa e a má. Consciente que a acção de fotografar, de estar face a isto ou aquilo é já um acto influenciado por estes dois polos: a ventura e a desdita.
Que força nos leva até ali e não a outro lugar?
O campo fotográfico evoca o fora de campo. Uma fotografia lembra, também, tudo aquilo que não está representado. O mesmo acontece quando perante a imensidão do conhecimento suspeitamos a imensidão daquilo que é ignorado.