O Peso das Pedras – Bonaval

Uma tarde de fevereiro de 2016 descobri o jardim do antigo Cemitério de Bonaval. Como acontece com tudo o aquilo de que gosto, fotografei-o. Sobretudo, passei muito tempo a percorrê-lo. É um lugar grave e tão belo que pode inspirar grandes contentamentos. Condensa o que penso que as pedras condensam: o passado e o presente.

 

Respondendo a um convite muito simpático de Cuarto Pexigo, de Amaia e de Iago, em fevereiro de 2019, voltei a Santiago com o único objetivo de ir todos os dias a Bonaval. Aos momentos passados no jardim seguiram-se horas passadas na cidade, guiada pelas paredes de pedra, a seguir figuras que faziam gestos mais ou menos enigmáticos, muitas vezes os mesmo que todas as pessoas fazem.

Depois, continuei a andar entre paredes e pedras, aos quais sempre podemos pedir que contem quem passou antes. À semelhança do que nos podem contar os espaços brancos do antigo cemitério de Bonaval.

         As pedras pesam porque guardam histórias, são as testemunhas do que não vimos, a prova de épocas anteriores. São misteriosas, são máquinas do tempo. As fotografias também!